terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

História da "bica"e a "A Brasileira"


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A "bica" chega aos lisboetas

Em novembro de 1905, o português Adriano Telles, que anos antes emigrara para o Brasil, onde
acumulara um bom capital, inaugurava uma casa na Rua Garret, nos números 120 e 122, próxima ao Largo do Chiado, que chamou de “A Brazileira”.
Mantendo grandes contatos no Brasil, Telles viu na importação de diversos produtos daquele país um excelente e lucrativo negócio. Vendia entre os exóticos produtos tropicais: a tapioca, a goiabada, piripiri e pimentas, chá e farinha, além dos tradicionais produtos portugueses,azeite e vinho.

Localizada num dos pontos mais requintados e bem frequentados da Lisboa do princípio do século XX, o bairro do Chiado; a casa fundada por Telles tinha como vizinhos a tradicional “Casa Havaneza”, a maior importadora de cigarros e charutos do seu tempo, e que ainda resiste ao terceiro milénio como uma das mais emblemáticas de Lisboa; e, a “Retrozaria David & David”. Face vizinhos tão sofisticados, era preciso que se inovasse nas ofertas dos produtos. A Brasileira
trazia uma novidade, a venda do “genuíno café do Brasil”, conforme anunciava Telles. O café não fazia parte da cultura lisboeta, sendo uma bebida pouco apreciada e até evitada pela população.

Inicialmente o café estava distante de ser servido em chávenas, de ser extraído de máquinas e adquirir aspecto cremoso. Telles servia a bebida a cada cliente, para que provasse, sem que lhe fosse cobrado. Era uma bebida amarga, aromática e servida quente. Junto ao café que era oferecido no
balcão, Adriano Telles ensinava aos clientes como fazê-lo, juntamente ofertava um jornal publicitário da casa e de outras vizinhas no Chiado.

Reza a lenda que Adriano Telles teria inventado o termo “bica”, para designar uma chávena de café. Servida de uma cafeteira, Telles teria ordenado ao empregado que trouxesse a bebida para ser servida em chávena cheia a partir da bica do saco. Usara a palavra bica, que passou a fazer parte do vocabulário lisboeta, sendo usado até os tempos actuais.

Aos poucos, Adriano Telles, através d’A Brasileira, foi introduzindo o hábito do café aos habitantes de Lisboa. O sucesso levou o inaugurador da casa a transformá-la, em 1908, em uma sala de
café, novidade que caiu no gosto da elite lisboeta. Rapidamente, beber um café na Brasileira do Chiado virou moda, sendo transformada em lugar de culto pelos sectores mais sofisticados da sociedade da época.


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