Por Nuno Borges, nutricionista
Entende-se por pequeno-almoço a primeira refeição do dia, aquela que nos quebra o jejum nocturno pouco tempo depois de acordarmos. O termo inglêsbreakfast ou o espanhol desayuno têm exactamente esse significado, existindo também em português o termo desjejum.
A forma como vários povos ao longo da História foram compondo a sua primeira refeição do dia, dependendo sobretudo da disponibilidade de alimentos nos respectivos tempos e locais, levou a que hoje tenhamos uma variedade muito grande de pequenos-almoços. Alimentos como pão e outros derivados de cereais, leite, ovos, frutas, carnes e enchidos, peixe, hortícolas ou leguminosas fazem parte do início do dia de milhões de pessoas em todo o mundo.
Existe a noção generalizada de que é importante tomar o pequeno-almoço diariamente. Trata-se de uma opinião antiga que era muitas vezes propalada por profissionais de saúde de modo empírico, ou seja, ainda sem a confirmação científica da sua veracidade. No entanto, é interessante verificarmos que essa ideia ancestral tem, efectivamente, razão de ser. São já vários os estudos onde se demonstram os benefícios de tomar o pequeno-almoço diariamente e, por outro lado, sabemos que existe uma percentagem de pessoas que omite esta refeição e sabemos também que parte dessas pessoas são crianças e adolescentes. A questão a que tentaremos responder é quais são os benefícios de tomar o pequeno almoço e, por outro lado, qual é a sua composição em alimentos que parece mais adequada.
Os benefícios foram demonstrados essencialmente a três níveis. Em primeiro lugar, aqueles que tomam pequeno-almoço são menos obesos que os que não o tomam. Pode parecer paradoxal que alguém que inclui mais uma refeição ao longo do dia possa ser mais pesado que quem o não faz, mas a realidade mostra precisamente isso. Não será demais relembrar aqui o problema da obesidade e das suas nefastas consequências, sobretudo em crianças.
Depois, também sabemos que quem toma o pequeno almoço tem normalmente uma alimentação mais equilibrada ao longo do dia. Ou seja, aqueles alimentos que costumamos consumir na primeira refeição do dia contribuem para que o total do nosso dia alimentar seja mais correcto.
Em terceiro lugar, existem dados muito interessante que mostram que as crianças que tomam todos os dias o seu pequeno almoço apresentam melhor rendimento escolar do que aquelas que omitem esta refeição e vão para a escola sem comer.
Como já dissemos, existem muitos tipos diferentes de alimentos com que podemos quebrar o jejum no início do nosso dia. Todavia, existem alguns estudos que nos mostram que existem benefícios em incluir alguns deles no nosso pequeno almoço. A combinação de um produto contendo cereais integrais (pão ou cereais de pequeno almoço, por exemplo), um produto lácteo (leite ou iogurte, de preferência magros para a maioria das pessoas) e uma peça de fruta parece preencher todos os requisitos para um início de dia óptimo sob o ponto de vista nutricional. Podemos assim ingerir os hidratos de carbono, fornecedores de energia para o arranque do dia, mas também as proteínas, o cálcio, várias vitaminas e até fibra
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