Hoje é dia (festa) de Santo Estêvão, o primeiro mártir.
Depois
do Pentecostes, os apóstolos dirigiam o anúncio da mensagem cristã aos
mais próximos, aos hebreus, aguçando o conflito apenas acalmado da parte
das autoridades religiosas do judaísmo. Como Cristo, os apóstolos
conheceram logo as humilhações dos flagelos e da prisão, mas apenas
libertados das correntes retomam a pregação do Evangelho. A primeira
comunidade cristã, para viver integralmente o preceito da caridade
fraterna, colocou tudo em comum, repartindo diariamente o que era
suficiente para o seu sustento. Com o crescimento da comunidade, os
apóstolos confiaram o serviço da assistência diária a sete ministros da
caridade, chamados diáconos.
Entre eles sobressaía o jovem
Estêvão, que além de exercer as funções de administrador dos bens
comuns, não renunciava ao anúncio da Boa Nova, e o fez com tanto sucesso
que os judeus “apareceram de surpresa, agarraram Estêvão e levaram-no
ao tribunal. Apresentaram falsas testemunhas, que declararam: "Este
homem não faz outra coisa senão falar contra o nosso santo templo e
contra a Lei de Moisés. Nós até o ouvimos afirmar que esse Jesus de
Nazaré vai destruir o templo e mudar as tradições que Moisés nos
deixou."
Estêvão, como se lê nos Actos dos Apóstolos, cheio
de graça e de força, como pretexto de sua autodefesa, aproveitou para
iluminar as mentes de seus adversários. Primeiro, resumiu a história
hebraica de Abraão até Salomão, em seguida afirmou não ter falado contra
Deus, nem contra Moisés, nem contra a Lei, nem fora do Templo.
Demonstrou, de facto, que Deus se revelava também fora do Templo e se
propunha a revelar a doutrina universal de Jesus como última
manifestação de Deus, mas os seus adversários não o deixaram prosseguir
no discurso, "taparam os ouvidos e atiraram-se todos contra ele, em altos gritos. Expulsaram-no da cidade e apedrejaram-no."
Dobrando
os joelhos debaixo de uma tremenda chuva de pedra, o primeiro mártir
cristão repetiu as mesmas palavras de perdão pronunciadas por Cristo
sobre a Cruz: "Senhor, não os condenes por causa deste pecado."
Em 415 a descoberta das suas relíquias suscitou grande emoção na
cristandade. A festa do primeiro mártir foi sempre celebrada
imediatamente após a festividade do Natal.
Fonte: Evangelho Quotidiano
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