terça-feira, 20 de julho de 2010

"Mesas que falam em Silêncio"

No meu trabalho de arquivo, encontrei mais um artigo "delicioso" de se ler, muito relacionado com o meu trabalho profissional, pois trata-se de acerca de uma biblioteca no Porto, mas neste artigo a importância não são os livros, mas os riscos, as palavras, textos e outras coisas mais deixadas/riscadas nos tampos das mesas, nas longas esperas em silêncio, por um livro.
O artigo está bem ilustrado com a Biblioteca, (Biblioteca Pública Municipal do Porto), mas os livros pouco importam.
De um artigo grande desta revista (Revista Notícias Magazine), em que transcreve muitas das coisas rabiscadas, faço a transcrição do título e subtítulo e de um poema a que foi dado o nome de
Poema de Contradições.
Título: "Mesas que falam em silêncio"
Subtítulo: "No silêncio da Biblioteca Pública Municipal do Porto riscam-se as mesas. (...) São palavras desenhos infindáveis. Um espaço a descobrir."
Poema de Contradições:
"Estava um jovem já velho
sentado de pé
num banco de pedra feito de madeira
a ler um jornal sem letras 
à luz de uma vela apagada
perto dele um caracol descia rapidamente pela grade acima
então ajustando os óculos para ouvir melhor
calado disse: o mundo é uma bola quadrada, que gira parada à volta do sol.
Em conclusão: mais vale morrer que perder a vida."
(in revista Notícias Magazine, s.d. (sem data)
Texto de  Eugénio Pinto
Fotografias de Augusto Baptista)

Quem sabe se no meio de tantos rabiscos não está um futuro poeta ou filósofo!?

António

domingo, 18 de julho de 2010

Universidade em Torres Vedras!

Estava eu a trabalhar nos arquivos da Biblioteca do Externato de Penafirme, quando encontro um artigo da revista do Expresso (pp 102-103) de 24 de Fevereiro de 1996, que me deixou "triste" com os torrienses de uma dada época.

Reportamos-nos ao ano de 1531, em que após várias mudanças do local da universidade, entre Lisboa e Coimbra, quando o Rei D. João III, por ver dificuldades de fixar a universidade numa destas cidades, pensou em Torres Vedras.
Transcrevo em baixo o excerto do artigo deste episódio, e que impediu que hoje a nossa cidade fosse o centro do Ensino e Cultura de Portugal.
"Desde 1531 que o rei (D. João III) quer fazer sair a universidade de Lisboa. Pensa em Torres Vedras.Os torrienses deitam as mãos à cabeça. Políticos locais, as forças vivas, vereadores, procurador e homens bons, fazem forças de bloqueio à intenção majestática, apelam ao rei. Lacrimejam com as necessidades, a pobreza da vila, concluindo:"(...) pelo que pedimos por mercê a Vossa Alteza que haja por bem o Estudo se mudar para outra parte."
E assim Torres Vedras não ficou com a universidade, indo então definitivamente para Coimbra.

Imaginem se o "homens bons" de Torres Vedras, de 1500, tivessem outra visão, como seria Torres Vedras hoje!?
António