terça-feira, 5 de julho de 2011

Doença Inflamatória Intestinal - DII


Este é o termo genérico para doenças que envolvem inflamação nos intestinos. As duas formas de DII, ou doença inflamatória intestinal, são a colite e a doença de Crohn. A colite traduz-se numa inflamação do intestino grosso ou do cólon. A colite ulcerosa ocorre quando a inflamação do intestino grosso ou do cólon é bastante grave, dando origem a úlceras ou provocando dor. Nos doentes que sofrem da doença de Crohn, a inflamação e por vezes úlceras propagam-se profundamente na mucosa do órgão afectado, geralmente a porção distal do intestino delgado, embora possam surgir em qualquer parte do aparelho digestivo.

Causas
A teoria mais comum é a de um vírus ou uma bactéria provocam uma inflamação progressiva. As pessoas que sofrem de DII têm também tendência a possuir um sistema imunitário deficitário, mas não se sabe se esta situação é uma causa ou um resultado da inflamação. A história familiar pode ter um papel relevante. As alergias alimentares podem agravar os sintomas de DII ou piorar a doença intestinal subjacente, mas não são a causa do problema. O stress emocional ou a depressão podem agravar os sintomas, mas os médicos não sabem se estes factores contribuem para o desenvolvimento da DII. Esta situação é mais comum em pessoas com idades entre os 15 e os 30 ou entre os 50 e os 70 anos.
Prevenção
Embora não se possa evitar uma DII, pode evitar-se o agravamento dos sintomas. Os períodos de remissão são comuns na DII.
Nos fumadores ou nos ex-fumadores, o risco de se desenvolver a doença de Crohn é maior, e os casos são mais graves relativamente às pessoas que fumam.
A diminuição de um estado de stress ou de um estado de depressão pode ajudar a reduzir as crises quando a DII é diagnosticada.
Diagnóstico
Cada caso de DII é único relativamente à gravidade dos sintomas e das lesões intestinais. Os sintomas de colite ulcerosa podem ir desde as pequenas cólicas até às dores abdominais fortes e à diarreia com sangue. Podem também ocorrer sintomas de fadiga, perda de apetite e perda de peso. Uma inflamação no cólon pode desencadear problemas noutras zonas do corpo, dando origem em alguns casos de artrite, inflamação ocular, doenças hepáticas, osteoporose, erupção cutânea ou anemia.
A doença de Crohn também provoca dor, normalmente no quadrante inferior direito da região abdominal, e diarreia. Também podem ocorrer casos de hemorragia rectal, perda de peso e febre. As hemorragias podem ser graves e suficientemente persistentes para causar anemia e, inclusivamente, ser necessário internamento hospitalar. Nas crianças afectadas com a doença, esta pode causar atraso de desenvolvimento e crescimento, uma vez que a inflamação interfere com a absorção de nutrientes e de proteínas. As complicações mais comuns da doença de Crohn são a obstrução intestinal provocada pelo espessamento das paredes intestinais e a formação de fístulas. Outras complicações incluem a artrite, doenças de pele, doenças dos olhos ou inflamação da cavidade oral, cálculos renais, cálculos biliares e problemas de estômago.
Uma vez que os sintomas de ambas as doenças podem ser muito semelhantes, podem ser exigidos exames físicos completos e uma série de testes para se poder confirmar o diagnóstico de colite ou da doença de Crohn. Análises ao sangue podem revelar anemia, que pode apontar para hemorragia intestinal ou para uma contagem elevada de glóbulos brancos, um indício de inflamação. Numa análise às fezes pode detectar-se uma hemorragia ou uma infecção. O médico também pode fazer uma colonoscopia ou uma sigmoidoscopia, que permitem uma visão directa da mucosa do cólon e do intestino delgado. Um clister opaco ao cólon permite que se detectem úlceras ou outras alterações.
Tratamentos
Alteração nos hábitos alimentares, suplementos e medicamentos ou algumas combinações destas podem ser eficazes e ajudar a aliviar a doença inflamatória intestinal.
Nutrição – Uma vez que os intestinos inflamados podem dificultar a capacidade do corpo para digerir e absorver os nutrientes dos alimentos, é fundamental alterar os hábitos alimentares e manter uma alimentação saudável. É importante tentar evitar uma má alimentação, bem como prevenir uma desidratação que pode resultar de uma diarreia. Embora uma alimentação simples não seja eficaz para todos os indivíduos, é fundamental uma orientação alimentar que ajude a pessoa a adoptar um programa alimentar adequado. Isto pode significar consumir mais comida ou diferentes tipos de alimentos. Nos casos muito graves pode ser necessário fornecer alimentação parantérica ou por via endovenosa quando se está hospitalizado, de forma a permitir que os intestinos possam efectuar uma pausa ou para o doente fazer uma alimentação especial durante alguns dias.
Suplementos – Um médico ou um nutricionista podem recomendar suplementos alimentares como, por exemplo, óleo de peixe, que combate a inflamação, ou probióticos, uma bactéria benéfica que existe nos intestinos. A nicotina é eficaz para aliviar casos ligeiros de colite ulcerosa e pode ser prescrita em forma adesivos e pastilhas.
Medicação – O objectivo da terapêutica com medicamentos é o de induzir e manter a ausência de sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem de DII. Os medicamentos anti-inflamatórios denominados de 5-ASA são os que normalmente receitados em primeiro lugar e são tomados quer oralmente quer em forma de supositório ou de clister. Os corticosteróides podem ser utilizados para controlar a inflamação em pessoas que não respondem ao tratamento com o medicamento 5-ASA. Os fármacos de terceira linha são medicamentos que causam debilitação do sistema imunitário e que ajudam também a controlar a inflamação, embora aumentam a vulnerabilidade do doente à infecção. Podem ser administradas outros medicamentos para aliviar a dor, a diarreia ou a infecção.
Cirurgia – A maior parte das pessoas que sofrem de colite ulcerosa não precisa de ser operada, mas nalguns casos muito graves a remoção do cólon, denominada colectomia, pode ser eventualmente necessária para o tratamento da doença. Depois da colectomia, é criado na parede abdominal um orifício designado de estoma através do qual o conteúdo intestinal sai para um saco. A maior parte dos doentes que foram sujeitos a uma colectomia pode continuar a viver uma vida saudável e activa. Nas pessoas com doença de Crohn pode ser exigida uma cirurgia para remover parte ou todo o intestino, de forma a parar uma hemorragia incontrolável.

Acupunctura – com esta técnica da medicina tradicional chinesa demonstrou-se que se podem proporcionar benefícios nos casos de doença de Crohn ligeira a moderada.

Questionário Médico
Como sei se estou desidratado?
Os sinais comuns incluem sede, micções menos frequentes, pele seca ou desidratada, fadiga, sensação de cabeça vazia e urina mais concentrada.
Nas crianças, os sintomas que se seguem requerem cuidados médicos imediatos: boca e língua secas, ausência de lágrimas quando choram, fraldas secas durante três horas ou mais, temperatura elevada, apatia ou irritabilidade e pele que não regressa ao seu tónus inicial depois de ser beliscada.

Fonte: A Enciclopédia da Nova Medicina, do Círculo de Leitores 

1 comentário:

António Estêvão disse...

Comentário do próprio:
Por muitas pessoas me perguntarem o que é a doença de Crohn, achei que devia recolher informação para que as pessoas interessadas, pudessem saber um pouco mais acerca desta doença, por isso fiz a recolha neste livro, que achei bastante estruturado e aconselhável a quem quer outras informações de outros problemas.